A economia brasileira até avançou no terceiro trimestre de 2025 — mas ficou aquém do que o mercado esperava. O novo número do PIB, divulgado pelo IBGE, trouxe um cenário misto: sinais de força em alguns setores, estabilidade em outros e revisões importantes que mudam a leitura do ano. Mas o dado que dominou as mesas de analistas foi o crescimento modesto de 0,1%, menor do que o previsto.
A seguir, você entende de forma simples e direta o que aconteceu, por que o resultado decepcionou e o que pode vir pela frente.
O PIB cresceu — mas ficou abaixo do que o mercado esperava
Segundo o IBGE, a economia brasileira avançou 0,1% entre julho e setembro. A projeção da pesquisa da Reuters era de 0,2%. Parece pouco, mas para os economistas essa diferença indica perda de tração.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o PIB cresceu 1,8%, um número que veio levemente acima do esperado.
Também houve revisões: o crescimento do 1º trimestre subiu para 1,5%, e o do 2º trimestre recuou para 0,3%.
Esses ajustes mudam a fotografia do ano — e alguns setores explicam por quê.
Quais setores puxaram o PIB — e quais ficaram para trás?
A economia teve resultados bem diferentes entre os segmentos. Na prática, enquanto alguns setores aceleraram, outros praticamente estacionaram.
Agropecuária voltou a brilhar
A alta foi de 0,4% no trimestre e 10,1% na comparação anual, impulsionada por:
- milho (+23,5%)
- laranja (+13,5%)
- algodão (+10,6%)
Mesmo com a queda da cana (-1%), o agro foi um dos motores do PIB.
Indústria avança, mas com contrastes
O setor industrial cresceu 0,8%, com destaque para:
- Indústrias extrativas (+1,7%)
- Construção (+1,3%)
- Transformação (+0,3%)
Mas houve queda em Eletricidade e gás (-1,0%).
Serviços — o gigante da economia — ficou parado
Com peso de quase 70% do PIB, o setor avançou apenas 0,1%. Alguns ramos cresceram, como:
- Transporte, armazenagem e correio (+2,7%)
- Informação e comunicação (+1,5%)
- Imobiliário (+0,8%)
Mas queda de -1,0% em atividades financeiras e desempenho fraco no comércio e serviços gerais seguraram o setor.
Esse resultado praticamente “achatou” o PIB.
Investimento e consumo mostram cansaço
A taxa de investimento ficou em 17,3%, ligeiramente abaixo do ano anterior.
O consumo das famílias, que vinha em sequência positiva, cresceu só 0,1% — o menor avanço desde 2021.
Para o consumo do governo, a alta foi de 1,3%, ajudando a compensar a desaceleração da demanda das famílias.
O que explica o crescimento fraco?
Segundo analistas do IBGE, dois pontos pesaram:
- efeitos da política monetária ainda elevada, freando crédito e consumo
- estabilidade no setor de serviços, que costuma ditar o ritmo da economia
Embora agro e mineração tenham avançado bem, são setores menos sensíveis aos juros, o que explica o contraste.
E o acumulado do ano?
Nos últimos quatro trimestres, a economia cresceu 2,7% — ritmo moderado, mas consistente. As maiores altas ficaram com:
- Agropecuária: +9,6%
- Serviços: +2,2%
- Indústria: +1,8%
Apesar disso, alguns segmentos seguem pressionados, como energia e gestão de resíduos.
Conclusão: a economia cresce, mas não empolga
O PIB do 3T25 não trouxe surpresa positiva — mas também não acendeu um alerta vermelho. O país segue em expansão, embora em um ritmo mais lento e dependente de setores específicos.
Para investidores, empresários e analistas, a grande pergunta agora é: o crescimento volta a acelerar ou entramos num período de moderação mais longa?
Acompanhe as próximas análises e dados econômicos — e continue navegando pelo Brasilvest para não perder os próximos movimentos da economia brasileira.
Perguntas Frequentes (FAQs)
O PIB do Brasil cresceu quanto no 3º trimestre de 2025?
A economia avançou 0,1%, abaixo da projeção de 0,2% esperada pelo mercado.
Quais setores mais contribuíram para o crescimento?
Principalmente Agropecuária e Indústrias extrativas, com alta significativa na produção e no escoamento de commodities.
Por que o setor de Serviços teve crescimento tão baixo?
Atividades financeiras recuaram, e comércio e outros serviços tiveram desempenho fraco.
O consumo das famílias ajudou o PIB?
Muito pouco. Cresceu apenas 0,1%, o menor resultado desde 2021.
A economia deve acelerar nos próximos trimestres?
Depende de juros, mercado de trabalho e ritmo do setor de serviços — hoje, os sinais ainda são mistos.









