Desempenho da região é impulsionado por Paraná e Santa Catarina, segundo estudo do IBGE e da FEE
A Região Sul do Brasil superou o crescimento médio nacional do PIB em 2025, mesmo com o avanço modesto do Rio Grande do Sul, segundo análise publicada pelo Jornal do Comércio. De acordo com o estudo, a recuperação da indústria e o bom desempenho do agronegócio em Paraná e Santa Catarina compensaram a expansão mais lenta da economia gaúcha.
Paraná e Santa Catarina puxam a retomada regional
O Paraná manteve ritmo consistente de crescimento, sustentado por exportações de alimentos e pela forte safra de grãos. Além disso, investimentos em tecnologia e infraestrutura fortaleceram o setor industrial, ampliando a competitividade local.
Enquanto isso, Santa Catarina registrou um dos melhores desempenhos do país, graças ao dinamismo de segmentos como têxtil, metalmecânico e tecnologia. Assim, o estado catarinense se consolidou como um dos polos de inovação mais produtivos do Brasil, segundo o IBGE.
Rio Grande do Sul cresce pouco, mas mantém estabilidade
No Rio Grande do Sul, o crescimento foi mais discreto, refletindo os efeitos das enchentes que atingiram o estado no primeiro semestre. Apesar disso, a economia local manteve estabilidade por meio da recuperação gradual da indústria calçadista e da retomada parcial do setor agrícola.
Ainda que o avanço tenha sido tímido, a estabilidade do mercado de trabalho e o aumento das exportações industriais evitaram retração mais forte. Dessa forma, o estado conseguiu sustentar um crescimento positivo, mesmo em cenário adverso.
Desempenho regional reforça desigualdade entre estados
Embora o Sul tenha superado a média nacional, a disparidade entre os estados chama atenção. Enquanto Paraná e Santa Catarina registram ganhos expressivos, o Rio Grande do Sul luta para reconquistar competitividade após perdas consecutivas.
Segundo analistas, a diferença de ritmo evidencia a importância de políticas regionais específicas e de maior investimento federal em infraestrutura. Além disso, o desafio fiscal do RS limita a capacidade do estado de investir em inovação e incentivos ao setor produtivo.
Perspectivas para o fim de 2025
Especialistas acreditam que o PIB do Sul continuará crescendo acima da média brasileira até o final do ano, impulsionado pelas exportações e pelo agronegócio. Entretanto, alertam que a queda da demanda internacional e o custo elevado do crédito podem frear parte desse avanço.
No caso do Rio Grande do Sul, a expectativa é de recuperação gradual, especialmente com o reaquecimento da indústria automotiva e o fortalecimento do comércio interestadual. Ainda assim, a recuperação completa dependerá da capacidade de execução de investimentos públicos e privados.
Conclusão: força regional e necessidade de equilíbrio
Em síntese, o Sul se consolida como um dos motores da economia brasileira, mas com ritmos desiguais de crescimento. O sucesso de Paraná e Santa Catarina reforça a resiliência industrial e o potencial exportador da região, enquanto o Rio Grande do Sul precisa superar limitações estruturais.
Portanto, o desafio é garantir políticas que estimulem competitividade em todos os estados — transformando a recuperação regional em uma trajetória sustentável e equilibrada para o país como um todo.