Desaceleração chinesa impacta desde o minério de ferro até ações na bolsa brasileira.
Mesmo com sinais de enfraquecimento, a economia chinesa continua sendo uma das principais forças por trás dos movimentos dos mercados globais. Com um PIB superior a US$ 17 trilhões e status de maior parceiro comercial do Brasil, cada decisão do governo chinês reverbera do outro lado do mundo — inclusive na B3.
Segundo reportagem da Reuters, a queda na demanda chinesa por commodities como minério de ferro, soja e petróleo tem pressionado os preços internacionais e impactado diretamente ações de empresas brasileiras, como Vale, Petrobras e JBS. Só em junho de 2024, o recuo nos dados industriais da China provocou uma queda de mais de 3% no Ibovespa em uma única semana.
Analistas do Goldman Sachs e da XP Investimentos, ouvidos pelo Estadão, apontam que a política de estímulo do governo chinês — que tem sido mais cautelosa após os excessos do setor imobiliário — está gerando incerteza nos mercados. “A China está em um momento de redefinição de crescimento. Menos construção civil significa menos aço, menos minério, menos exportações do Brasil”, diz a XP.
Além das commodities, setores como tecnologia, agro e logística também sentem o impacto. Empresas brasileiras que dependem de insumos importados da Ásia enfrentam aumento de custos e atrasos logísticos quando a atividade desacelera por lá.
Entender os sinais da economia chinesa é cada vez mais crucial para quem investe, faz negócios ou apenas quer compreender por que o mercado oscila tanto — mesmo quando não há nenhuma notícia bombástica no Brasil.