Empresas resilientes têm gestão sólida, marca forte e geração consistente de caixa, mesmo em tempos turbulentos.
Em momentos de crise, nem todas as ações sofrem da mesma forma. Algumas empresas conseguem manter resultados estáveis e até se valorizar, atraindo investidores que buscam proteção em meio à turbulência. Mas o que explica essa resiliência?
Segundo levantamento do Estadão Investimentos, ações de setores como energia, saneamento, alimentação e saúde costumam ser mais resistentes em ciclos de baixa. Empresas como Weg, Ambev e Fleury mantiveram boa performance durante períodos de instabilidade, o que atraiu fundos conservadores.
A razão está na previsibilidade de receitas. “Negócios ligados ao consumo essencial, com forte geração de caixa e baixo endividamento, são os que melhor atravessam tempestades”, afirmou à Bloomberg o analista Pedro Serra, da Ativa Investimentos.
Outro fator decisivo é a governança corporativa. Empresas com boa comunicação com investidores, transparência e gestão eficiente tendem a manter a confiança mesmo quando os mercados estão voláteis.
Esses papéis também costumam oferecer bons dividendos, o que ajuda a amortecer perdas de capital e manter o interesse dos investidores de longo prazo. “É o tipo de ativo que compensa na maratona, não na corrida de 100 metros”, destacou a consultora de finanças Fernanda Consorte em entrevista ao Valor.
Entender os fundamentos dessas empresas pode ajudar o investidor comum a montar uma carteira mais resiliente — e menos vulnerável a crises passageiras.