Na Argentina, o índice oficial de preços (IPC) ainda se apoia em hábitos antigos de consumo — como jornais impressos e DVDs — mais do que em serviços modernos como streaming. A cesta usada para medir inflação foi atualizada pela última vez em 2016, e a última pesquisa de gasto data de 2004/05, mostra reportagem do G1.
Índice defasado gera distorções
Como os costumes de consumo mudaram, a cesta inflacionária não reflete com precisão o que as pessoas compram hoje. Isso significa que preços de bens e serviços modernos — como apps, streaming e mobilidade urbana — acabam subrepresentados nas estatísticas oficiais. Para analistas, isso pode mascarar pressões reais de inflação.
Impacto político sobre Milei
Para o governo de Javier Milei, esse descompasso é uma espada de dois gumes. Por um lado, oficializar uma atualização poderia mostrar compromisso com transparência. Por outro, mudanças abruptas no índice poderiam elevar a inflação aparente e gerar desgaste político.
Riscos para credibilidade
Quando o cálculo oficial não acompanha a realidade do consumo, perde-se credibilidade. Populações que veem preços altos no dia a dia, mas não veem isso nos índices, tendem a desconfiar das estatísticas. Isso pode minar confiança de investidores e dificultar comunicação das autoridades.
Possíveis soluções
Uma recomposição da cesta, pesquisa de gastos atualizada e inclusão de bens digitais são medidas citadas por especialistas. Se implementadas gradualmente e com comunicação transparente, poderiam reduzir o hiato entre inflação “oficial” e percepção social.