O Bitcoin amanheceu em forte queda neste 1º de dezembro de 2025, voltando para a região de US$ 86 mil e arrastando praticamente todo o mercado cripto.
Enquanto isso, bolsas globais também recuam, e o clima é de aversão ao risco. Portanto, a pergunta que fica é direta: o que, afinal, derrubou o Bitcoin e o mercado cripto hoje?
O que derrubou o Bitcoin hoje?
De acordo com o Portal do Bitcoin, o BTC abriu o mês caindo cerca de 5,3%, voltando para perto de US$ 86 mil e puxando Ethereum, XRP e outras altcoins.
Ao mesmo tempo, destaca-se que o Bitcoin chegou a cair até 6%, acompanhando a queda das ações globais em um início de mês fraco para os mercados.
Choque macro no Japão e clima global de aversão ao risco
A reportagem explica que o gatilho inicial veio do Japão. Os juros dos títulos públicos de 2 anos ultrapassaram 1% pela primeira vez desde 2008, reacendendo o medo de aperto monetário pelo Banco do Japão e abalando ativos de risco em toda a Ásia.
Paralelamente, o Financial Times relata que ações globais recuam no início de dezembro em meio à cautela com decisões de bancos centrais e dados econômicos, enquanto o Bitcoin cai mais de 5% no mesmo movimento de redução de risco.
Assim, o cenário é claro: investidores saem de ativos considerados mais arriscados, como criptomoedas, e buscam proteção em títulos e ativos mais conservadores. Esse comportamento é o clássico “modo risk-off”.
Liquidações em massa aceleram a queda
Quando o preço do Bitcoin cai rápido, posições alavancadas começam a ser liquidadas automaticamente. Segundo notícias, a queda de hoje já gerou mais de US$ 600 milhões em liquidações no mercado cripto, a maior parte em posições compradas (long).
Portanto, a queda não é apenas “sentimento ruim”. Ela é amplificada pela engenharia do próprio mercado, com alavancagem, derivativos e stops em cadeia.
ETFs, Tether e medo de grandes vendas institucionais
Do lado institucional, a pressão também aumenta. De acordo com a Reuters, os ETFs de Bitcoin nos EUA registraram saídas recordes de cerca de US$ 3,4 bilhões em novembro, mostrando que investidores institucionais estão reduzindo exposição.
A mesma matéria cita ainda a revisão negativa da Tether pela S&P Global, por causa da maior exposição a ativos de risco, o que alimenta dúvidas sobre a maior stablecoin do mercado
Assim, o mercado passa a temer saídas grandes de jogadores institucionais, o que aumenta a pressão vendedora sobre o BTC.
Yearn Finance, altcoins e efeito manada
Enquanto isso, uma violação ligada ao protocolo Yearn Finance também ajudou a piorar o humor.
A CoinDesk reforça que BTC, Ether e XRP caem juntos, com o ataque à Yearn servindo como mais um gatilho para fuga de risco em todo o setor.
Além disso, a InvestX aponta que Dogecoin chegou a cair cerca de 9% no mesmo movimento, mostrando que o pânico se espalhou pelas altcoins.
Em resumo, a combinação entre macro tenso, ataques em DeFi e saída de capital institucional cria um cenário perfeito para uma forte correção.
O que o investidor deve observar agora?
Para quem acompanha o mercado cripto, alguns pontos merecem atenção especial nos próximos dias:
- Zona de preço: veículos como Investing.com Brasil destacam a região de US$ 85–86 mil como área crítica de suporte no curto prazo.Investing.com Brasil
- Fluxo dos ETFs: relatórios da Reuters mostram que as saídas de ETFs de Bitcoin têm impacto direto na pressão vendedora.Reuters
- Notícias sobre Tether e grandes detentores: qualquer nova atualização sobre a situação da Tether ou sobre movimentações de empresas como a Strategy pode trazer mais volatilidade.
- Clima nas bolsas globais: como lembram Bloomberg Línea e Financial Times, o Bitcoin hoje se move muito mais em sintonia com ações e outros ativos de risco.
Portanto, mais do que olhar apenas para o gráfico do BTC, o investidor precisa acompanhar macroeconomia, ETFs, stablecoins e mercados tradicionais.
Conclusão: a queda expõe a maturidade — e a fragilidade — do mercado cripto
A queda de hoje no Bitcoin não é um “acidente isolado”. Ela revela um mercado cripto cada vez mais integrado ao sistema financeiro global, reagindo a juros, decisões de bancos centrais, fluxo de ETFs e notícias de risco em DeFi.
Ao mesmo tempo, a correção mostra que a estrutura ainda é frágil: alta alavancagem, liquidez limitada e efeito manada transformam movimentos de ajuste em verdadeiras quedas em cascata.
Se você acompanha cripto de perto, este é um momento para entender o contexto, ajustar expectativas e, principalmente, alinhar qualquer decisão ao seu perfil de risco e horizonte de investimento — sempre com muita cautela.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
O que fez o Bitcoin cair tanto hoje?
O Bitcoin caiu porque houve uma forte mudança para modo risk-off nos mercados globais, com investidores saindo de ativos de risco. Ao mesmo tempo, saídas de ETFs, liquidações alavancadas e medo em torno de Tether e Yearn Finance ampliaram a correção.
A queda do Bitcoin tem relação com o Japão?
Sim. A alta dos juros dos títulos japoneses reacendeu o temor de aperto monetário pelo Banco do Japão e derrubou ativos de risco na Ásia. Esse choque se espalhou para bolsas globais e, em seguida, para o mercado cripto, que hoje reage muito mais ao cenário macro.
Os ETFs de Bitcoin pioraram a queda?
Os ETFs não são a única causa, mas pioram o movimento. Saídas bilionárias dos ETFs de Bitcoin nos EUA mostram investidores institucionais reduzindo exposição, o que acrescenta pressão vendedora em um momento de pouca liquidez.
Altcoins vão cair mais do que o Bitcoin?
Historicamente, em dias de pânico, as altcoins tendem a cair mais do que o Bitcoin. Hoje não é diferente: ativos como Ether, XRP e Dogecoin registram quedas mais fortes, seguindo o movimento de fuga de risco e as notícias negativas em DeFi.
É um bom momento para comprar Bitcoin “na queda”?
Isso depende totalmente do seu perfil de risco e horizonte de investimento. O cenário segue volátil, com fatores macro e técnicos ainda pesando contra. Quem pensa em se expor deve estudar bem o contexto, diversificar e considerar buscar orientação profissional antes de decidir.









