Setores como alimentos, papel e celulose lideram quedas; indústria geral sofre novo recuo
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou queda de 0,20% em agosto, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10). Essa foi a sétima taxa negativa consecutiva, embora o ritmo de deflação tenha desacelerado — em julho, o recuo havia sido de 0,31%.
De acordo com o InfoMoney, o indicador acumula alta de 0,48% em 12 meses, mas apresenta retração de 3,62% no acumulado do ano, refletindo a pressão persistente sobre os preços industriais.
Setores que mais caíram
Entre as 24 atividades industriais pesquisadas, 12 registraram queda em agosto. Os destaques negativos vieram de perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%), madeira (-1,59%), equipamentos de informática e eletrônicos (-1,59%) e papel e celulose (-1,42%), segundo o IBGE.
O gerente do IPP, Alexandre Brandão, destacou que “os principais impactos vieram de setores de grande peso na indústria: alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino.” No caso dos alimentos, os preços recuaram 0,44% em agosto, acumulando queda de 7,55% no ano, ainda que mantenham alta de 1,45% em 12 meses.
Repercussões e tendências
A sequência de quedas no IPP sugere alívio gradual nas cadeias industriais, com impacto potencial sobre os índices de inflação ao consumidor nos próximos meses. No entanto, especialistas alertam que os efeitos podem ser limitados caso persistam custos elevados em logística, energia e mão de obra.
Apesar do cenário mais benigno no atacado, as margens industriais seguem pressionadas pela demanda interna fraca e pelas taxas de juros ainda altas. Segundo analistas consultados pelo InfoMoney, o movimento reflete o “resfriamento do ciclo produtivo”, mas ainda não representa uma virada completa para o setor.