Siga-nos no Instagram: @brasilvest.news
O IBC-Br trouxe um sinal claro. A atividade econômica brasileira perde força. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (17), o índice registrou queda de 0,24% em setembro. O mercado já monitorava esse cenário de desaceleração.
O movimento também se refletiu no trimestre. Assim sendo, o IBC-Br caiu 0,9% entre julho e setembro. Isso reforça o impacto da Selic em 15%. Além disso, o crédito caro e o esgotamento dos estímulos pesam sobre o consumo.
Queda generalizada e freio mais forte na indústria
Três setores puxaram a retração mensal:
- Indústria: –0,7%
- Impostos: –0,65%
- Serviços: –0,1%
O agronegócio trouxe o único respiro. O setor cresceu 1,5% após seis meses seguidos de retração. Segundo analistas do Goldman Sachs e da Suno Research, a safra de verão explica esse resultado.
Para o economista Rafael Perez (Suno), a indústria sofre mais. Ou seja, a política monetária restritiva atinge esse setor com força. Ao mesmo tempo, juros altos e demanda interna enfraquecida pressionam a produção. As incertezas globais adicionam pressão.
Economia perde tração no fim do trimestre
O IBC-Br mostra que a recuperação não se sustentou. De acordo com Ariane Benedito (PicPay), a economia voltou a operar em ritmo mais fraco no fim do 3º trimestre. O consumo arrefeceu após o impacto dos precatórios pagos no meio do ano. Além disso, o alto endividamento das famílias pesa sobre a demanda.
A volatilidade recente chamou atenção:
- Queda em julho
- Alta em agosto
- Nova retração em setembro
Esse vai-e-vem indica crescimento inconsistente. Segundo Perez, a tendência de enfraquecimento se torna mais evidente no último trimestre.
Comparação anual mostra estabilidade
Na comparação com setembro de 2024, o IBC-Br subiu 2%. O resultado ficou dentro do esperado pelo mercado. A XP projetava 2,1%. Já o consenso apontava 1,9%.
Apesar disso, economistas afirmam que o avanço anualizado não muda a percepção. Em outras palavras, a economia perde impulso ao longo de 2025.
Peso da Selic e perda dos estímulos à demanda
Analistas destacam dois fatores principais. Em primeiro lugar, os juros elevados. Em segundo lugar, o fim dos estímulos temporários ao consumo. Por exemplo, liberação de recursos, precatórios e expansão do crédito no início do ano. Essa combinação explica o enfraquecimento dos serviços e da indústria.
Segundo Leonardo Costa (ASA), a política monetária deve continuar restringindo o fôlego da economia. Como resultado, o crescimento do PIB tende a ser mais moderado.
O que esperar daqui para frente?
As projeções seguem estáveis entre casas de análise:
- XP: prevê alta de 0,2% do PIB no 3º tri (ajustado sazonalmente). Projeta avanço de 1,6% ante o 3º tri de 2024. Mantém estimativa anual em 2,1%.
- ASA: vê crescimento trimestral perto de 0,2%.
- PicPay: mantém projeção de 2,2% para 2025.
- Goldman Sachs: identifica fatores positivos, como transferências federais e aumento de renda disponível. No entanto, alerta para limitações. Crédito caro, famílias endividadas e menor ociosidade da economia impõem restrições.
Ou seja, há forças empurrando a atividade para cima. Porém, também há limites claros. A desaceleração parece ganhar contornos mais nítidos.
Conclusão: economia perde ritmo e alerta para o fim do ano
O IBC-Br reforça um quadro de crescimento mais fraco e menos sustentável. A Selic alta produz efeitos diretos. Da mesma forma, o esgotamento dos estímulos à demanda pesa sobre a atividade. A expectativa é de um PIB positivo. Porém, sem brilho. Além disso, com sinais crescentes de moderação.
🪙 Para continuar acompanhando análises econômicas traduzidas de forma simples, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
O IBC-Br é o PIB oficial?
Não. Ele é uma prévia. Ou seja, é usado para antecipar tendências do PIB. Porém, não substitui a medição oficial do IBGE.
Por que o IBC-Br caiu em setembro?
A queda resulta de uma combinação de fatores. Em primeiro lugar, queda na indústria, impostos e serviços. Além disso, o impacto dos juros altos sobre o consumo e o crédito.
O agronegócio ajudou o resultado?
Sim. O setor cresceu 1,5% após meses de retração. A safra de verão impulsionou esse resultado.
A economia pode melhorar até o fim do ano?
Os analistas veem desaceleração mais evidente no 4º trimestre. Isso ocorre devido ao consumo enfraquecido e juros elevados.
Isso afeta a projeção do PIB?
Não significativamente. As projeções seguem ao redor de 2% para 2025.
O que mais preocupa os economistas?
A perda de consistência do crescimento preocupa. Além disso, o endividamento alto das famílias e as condições financeiras restritivas geram preocupação.









