Desempenho mostra fragilidade em meio à recuperação e reforça incertezas para o setor produtivo brasileiro
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A produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, na comparação com agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo IBGE. O resultado veio em linha com as projeções do mercado, que já apontavam um recuo leve após dois meses de avanço. Na comparação anual, houve alta de 2,0%, levemente acima da mediana das estimativas (1,7%), conforme mostrou levantamento da do InfoMoney.
Ritmo de retomada continua desigual
Apesar do avanço em relação a 2024, o ritmo da indústria segue instável. Economistas ouvidos pela Bloomberg Línea apontam que o consumo interno desacelerou e a demanda externa — especialmente da China e da Europa — permanece fraca, o que limita o fôlego do setor manufatureiro. Além disso, os custos de energia e logística seguem pressionando margens, sobretudo em indústrias de base e bens de capital.
Quedas concentradas em segmentos-chave
Segundo o levantamento do IBGE, 17 dos 25 ramos industriais pesquisados registraram retração em setembro. Entre os destaques negativos estão máquinas e equipamentos (-3,2%), produtos químicos (-2,1%) e alimentos (-1,4%). Já o setor de automóveis mostrou leve alta de 0,6%, impulsionado por exportações pontuais para a América do Sul.
Perspectivas e reações do mercado
Para analistas do Bradesco BBI, o dado reforça o cenário de recuperação gradual, porém vulnerável. “Há sinais de acomodação após a recomposição de estoques no primeiro semestre. A política monetária mais restritiva ainda pesa sobre o crédito corporativo e o consumo de bens duráveis”, apontou o relatório do banco.
O que vem pela frente
O foco agora se volta para os dados de vendas no varejo e serviços, que podem confirmar se a fraqueza industrial é pontual ou tende a se prolongar. A expectativa do mercado é que o Banco Central mantenha o ritmo mais lento de cortes da taxa Selic até que a atividade mostre sinais mais consistentes.
Contexto internacional pesa
A desaceleração global, somada à recente volatilidade cambial, continua impactando a confiança das empresas exportadoras. A incerteza sobre juros nos Estados Unidos e o baixo crescimento europeu devem manter o setor industrial brasileiro em compasso de espera até o fim do ano, segundo projeções da Reuters.









