Apesar do cenário econômico mais fraco e do mercado de trabalho dando sinais de acomodação, a renda real dos brasileiros continua avançando. Segundo economistas ouvidos pelo InfoMoney, os rendimentos devem seguir em alta nos próximos meses — mas sem provocar preocupação adicional ao Banco Central, que monitora inflação e atividade.
A leitura mais recente da Pnad Contínua mostrou que os rendimentos seguem avançando, impulsionados pela combinação de mercado de trabalho ainda apertado e recomposição gradual dos salários.
Por que a renda real segue avançando?
Especialistas explicam que há fatores-chave sustentando essa melhora:
- O mercado de trabalho segue relativamente apertado, com desemprego perto do nível considerado neutro;
- A recomposição salarial pós-inflação continua refletindo nos holerites;
- O rendimento médio real deve crescer 3,2% em 2025, segundo projeções da XP;
- O Banco Daycoval estima ganho real anual superior a 3,8%, indicando recuperação consistente.
Mesmo com crescimento moderado da economia, o poder de compra segue reagindo.
O que isso significa para o Banco Central?
Embora aumentos de renda possam elevar o consumo — e, portanto, pressionar preços — os economistas afirmam que não há motivo de alarme imediato.
A inflação cheia segue convergindo e os serviços, apesar de pressão, mostram sinais de desaceleração, o que tira urgência de uma postura mais dura do BC.
Impactos diretos para o seu bolso
Com rendimentos reais maiores, o consumidor:
- Recupera poder de compra;
- Tem mais espaço para quitar dívidas;
- Pode reforçar poupança ou voltar a investir;
- Retoma consumo em serviços e varejo.
A melhora, porém, deve ser acompanhada de cautela: se a inflação reacelerar, o ganho real diminui.
Projeções para 2026
A XP espera aumento de 2,3% na renda real no próximo ano, ritmo mais moderado, mas ainda positivo. Economistas dizem que, com inflação controlada, o BC pode abrir espaço para cortes graduais da Selic ao longo de 2026. Isso favorece crédito, investimentos e planejamento financeiro das famílias.
Conclusão
O avanço da renda real em 2025 mostra que as famílias recuperam parte do poder de compra perdido nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o cenário ainda exige atenção à inflação de serviços e ao comportamento do consumo. Para 2026, a tendência é de estabilidade com oportunidades para quem se organiza financeiramente.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
Por que a renda continua subindo mesmo com economia mais fraca?
Porque o mercado de trabalho segue apertado e salários continuam sendo reajustados acima da inflação.
Esse aumento preocupa o Banco Central?
Não no curto prazo. A inflação segue sob controle, reduzindo pressão sobre o BC.
A renda maior significa mais consumo?
Sim. Famílias tendem a gastar mais, mas isso só vira risco se a inflação voltar a subir.
A Selic pode cair em 2026?
Sim. Com inflação controlada e renda subindo de forma moderada, cortes graduais são possíveis.
Qual a previsão para a renda em 2025 e 2026?
Crescimento de 3,2% em 2025 e 2,3% em 2026, segundo a XP.
O aumento da renda é bom para investir?
Sim. Ganho real abre espaço para reconstruir reservas e diversificar investimentos.








