Planejar a estratégia de renda fixa para 2026 pode ser o diferencial entre ganhos medianos e retornos realmente expressivos. Mesmo com a expectativa de queda gradual dos juros, a Selic deve permanecer elevada por mais tempo — o que abre um período raro de oportunidades para quem sabe combinar pós-fixados, inflação e marcação a mercado.
É por isso que os analistas do BTG Pactual (BPAC11) já trabalham com um plano claro: moderação no pós-fixado, otimismo nos títulos indexados ao IPCA e cuidado com os prefixados.
O que esperar da Selic em 2026 — e por que isso importa para seus rendimentos?
Segundo o banco, a Selic deve fechar 2026 em 12% ao ano, mas isso não significa que o investidor deve abandonar o CDI agora. Pelo contrário: ainda há meses de retornos muito fortes, próximos de 15% ao ano, tanto no Tesouro Selic quanto em CDBs indexados ao CDI.
O economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual, alerta que o CDI costuma ter pior desempenho exatamente antes do ciclo de cortes, mas que ainda há tempo para capturar bons rendimentos. Caso o mercado de trabalho demore a desacelerar, o CDI pode até voltar para uma posição mais neutra na carteira — reforçando a importância dos pós-fixados no curto prazo.
Para quem busca retorno imediato com segurança, títulos como Tesouro Selic e CDBs que pagam 100% a 115% do CDI continuam muito vantajosos. Um exemplo é o CDB do Banco Digimais, com 115% do CDI, protegido pelo FGC e com vencimento em 2031.
Por que os títulos atrelados à inflação devem liderar os ganhos em 2026?
É nos títulos IPCA+ que o BTG Pactual aposta mais forte. Mesmo com expectativas de inflação ligeiramente melhores, o cenário ainda é considerado desancorado — e isso beneficia os rendimentos reais no longo prazo.
Além da proteção inflacionária, esses títulos permitem lucro com marcação a mercado: quando as taxas de juros caem, o preço dos papéis sobe.
E, para capturar esse movimento, o BTG recomenda uma estratégia barbell:
- parte da carteira em título curto,
- parte em título longo,
- equilibrando um prazo médio de cerca de 7 anos.
Isso evita concentrar todo o risco em papéis extremamente longos — como o Tesouro Renda+ 2065, que pode até dar lucros maiores, mas apresenta volatilidade elevada demais para estratégias mais equilibradas.
Hoje, os principais IPCA+ do Tesouro são:
- Tesouro IPCA+ 2029
- Tesouro IPCA+ 2040
- Tesouro IPCA+ 2050
Distribuir entre esses vencimentos aumenta a chance de capturar valorização com a queda da Selic ao longo de 2026.
E a renda fixa corporativa? Vale a pena buscar IPCA+ em CRAs e debêntures?
Há boas oportunidades também em:
- CRAs,
- CRIs,
- debêntures incentivadas.
Esses investimentos seguem a mesma lógica da marcação a mercado, mas com uma diferença importante: liquidez muito baixa. O investidor pode até lucrar com a queda das taxas, mas corre risco real de não conseguir vender antes do vencimento — além de não contar com proteção do FGC.
Por isso, especialistas reforçam que renda fixa privada deve entrar com cuidado na carteira, especialmente para quem ainda está aprendendo a lidar com marcação a mercado.
Prefixados: por que o BTG está mais cauteloso?
Os títulos prefixados podem sim render muito quando a Selic cai rápido — mas isso só acontece quando o cenário está muito claro. Como ainda há dúvidas sobre:
- mercado de trabalho,
- desinflação consistente,
- velocidade dos cortes,
o banco mantém uma visão mais conservadora. O investidor até pode incorporar prefixados, mas com uma fatia menor e de forma complementar à estratégia principal.
Conclusão: 2026 pode ser um ano excepcional para a renda fixa — se você souber combinar as peças certas
A combinação entre juros elevados por mais alguns meses e a expectativa de cortes ao longo do ano cria uma janela rara de lucros tanto no curto prazo quanto no longo prazo, especialmente nos títulos indexados ao IPCA.
A estratégia mais equilibrada, segundo os analistas, é simples: aproveitar o CDI agora, aumentar a exposição a inflação para capturar ganhos futuros e evitar exageros nos prefixados.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Ainda vale investir em pós-fixados para 2026?
Sim. Com Selic ainda elevada, títulos atrelados ao CDI continuam rendendo próximo de 15% ao ano por alguns meses.
Por que o BTG recomenda mais IPCA+ para 2026?
Porque há chance de lucro duplo: proteção inflacionária e valorização com a queda da Selic ao longo do ano.
Prefixado vale a pena para 2026?
Pode valer, mas com cautela. O cenário ainda incerto pede uma alocação menor nessa categoria.
Quais IPCA+ são considerados mais equilibrados?
O Tesouro IPCA+ 2029, 2040 e 2050, combinados na estratégia barbell, equilibram risco e retorno.
Investir em CRAs e debêntures é seguro?
São oportunidades reais, mas com baixa liquidez e sem FGC. Requer mais cuidado e visão de longo prazo.
Como funciona o lucro com marcação a mercado?
Quando as taxas de juros caem, o preço dos títulos antigos aumenta — permitindo vender com lucro antes do vencimento.









