A crise ganhou um novo capítulo e subiu de nível institucional. Após o próprio Alexandre de Moraes se manifestar, foi a vez do Banco Central do Brasil confirmar oficialmente que teve reuniões com o ministro para tratar da Lei Magnitsky.
As notas divulgadas por ambos, no entanto, evitam qualquer menção ao Banco Master, justamente o ponto mais sensível da controvérsia que tomou conta dos bastidores políticos e financeiros.
O que o Banco Central confirmou oficialmente?
Em comunicado divulgado à imprensa, o Banco Central afirmou que manteve reuniões com Alexandre de Moraes para discutir os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky, legislação norte-americana que prevê sanções severas contra autoridades acusadas de violações de direitos humanos.
Segundo o BC, o tema tratado foi exclusivamente o impacto prático da lei sobre a vida financeira do ministro, como movimentação bancária, contas, cartões e operações no sistema financeiro.
Nenhuma linha foi dedicada a investigações, processos ou à situação do Banco Master.
Por que o caso gerou tanta repercussão?
A tensão explodiu após reportagem da colunista Malu Gaspar revelar que Moraes teria procurado o presidente do BC, Gabriel Galípolo, em pelo menos quatro ocasiões.
O ponto mais delicado é que a esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, mantém um contrato de prestação de serviços advocatícios com o Banco Master, instituição que enfrenta apurações e um processo de liquidação.
Esse contexto levantou suspeitas e provocou forte reação nos meios político e jurídico.
Moraes nega qualquer relação com o Banco Master
Em nota divulgada anteriormente, Alexandre de Moraes afirmou que as reuniões não tiveram qualquer relação com o Banco Master.
Segundo o ministro, os encontros ocorreram com representantes de várias instituições, como:
Banco Central
Banco do Brasil
Itaú
Santander
Febraban
Confederação Nacional das Instituições Financeiras
O foco, de acordo com Moraes, foi exclusivamente avaliar as consequências da Lei Magnitsky, especialmente o risco de bloqueios financeiros que poderiam afetar sua vida civil.
Lei Magnitsky e o recuo dos Estados Unidos
O pano de fundo da crise envolve a inclusão de Moraes na mira dos Estados Unidos, em razão de sua atuação como relator do processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político do presidente norte-americano Donald Trump.
As sanções chegaram a ser cogitadas, mas foram retiradas neste mês, o que não impediu o desgaste institucional no Brasil.
O silêncio sobre o Banco Master chama atenção
Tanto a nota de Moraes quanto a do Banco Central evitam citar qualquer discussão sobre o Banco Master, suas apurações ou o processo de liquidação.
Esse silêncio é justamente o que alimenta dúvidas, críticas e questionamentos sobre conflito de interesses, transparência e limites institucionais.
O que esse episódio revela?
O caso expõe uma combinação explosiva de Justiça, política internacional, sistema financeiro e bastidores do poder.
Mesmo com notas oficiais, as explicações não encerram o debate. Pelo contrário: reforçam a pressão por mais clareza e detalhes sobre o real alcance dessas reuniões.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O Banco Central confirmou reunião com Alexandre de Moraes?
Sim. O BC confirmou oficialmente que houve reuniões para tratar da Lei Magnitsky.
As reuniões envolveram o Banco Master?
Segundo as notas oficiais, não. Nenhuma das partes mencionou o banco.
Por que a Lei Magnitsky entrou nessa discussão?
A lei prevê sanções financeiras e Moraes chegou a ser alvo de medidas dos Estados Unidos.
As sanções contra Moraes ainda estão em vigor?
Não. As sanções foram retiradas neste mês pelo governo norte-americano.
Por que o caso gerou tanta polêmica?
Por envolver um ministro do STF, o Banco Central e suspeitas de conflito de interesses.








