O Santander Brasil (SANB11) promoveu uma virada importante nas recomendações do setor de alimentos e agronegócio, mexendo diretamente com ações queridinhas do mercado. O banco elevou JBS (JBSS32) e Marfrig (MRFG3) para compra, enquanto rebaixou Minerva (BEEF3) para neutro, acendendo o sinal de alerta para 2026.
A decisão reflete mudanças claras no cenário de custos, oferta de gado e comportamento do consumidor — fatores que podem definir quem ganha e quem perde dinheiro nos próximos trimestres.
Por que o Santander está mais otimista com proteínas?
Segundo o banco, o setor de proteínas segue como o favorito dentro de alimentos. O principal motivo é a resiliência do frango, que vem se mostrando mais forte do que o esperado, além de um ambiente ainda favorável de grãos com preços baixos.
Esse combo ajuda a proteger margens e sustentar resultados no curto e médio prazo, especialmente para empresas mais diversificadas.
O que mudou na visão sobre a JBS?
A JBS (JBSS32) teve sua recomendação elevada de neutra para compra, com preço-alvo mantido em US$ 17, o que representa potencial de retorno total de cerca de 28%.
O Santander avalia que:
- A oferta de frango nos EUA cresce em ritmo mais moderado
- Houve fechamento de capacidade por concorrentes na carne bovina
- Isso reduz o risco de queda de preços combinada com alta de custos
Para 2026, o banco vê a JBS em ano de transição, com menor peso da carne bovina e maior contribuição de frango e suínos. Um possível ingresso em índices Russell também aparece como catalisador de curto prazo.
Por que a Marfrig virou compra agora?
A Marfrig (MRFG3) também passou de neutra para compra, com preço-alvo elevado de R$ 20 para R$ 26. O banco acredita que o mercado está subestimando a força da demanda, especialmente no Brasil.
Com a carne bovina mais cara, o consumidor tende ao down-trading, migrando para proteínas mais baratas, como o frango. Além disso, a oferta mais equilibrada nos EUA pode impulsionar as exportações brasileiras.
Outro ponto positivo é a estratégia de migrar para produtos processados de maior valor agregado, o que deve melhorar eficiência e margens em 2026.
Por que a Minerva perdeu recomendação?
A Minerva (BEEF3) foi o destaque negativo do relatório. O Santander rebaixou o papel para neutro e cortou o preço-alvo de R$ 7,50 para R$ 6,80.
O motivo principal é a expectativa de oferta mais restrita de gado no Brasil em 2026, o que deve elevar custos e pressionar margens. A valorização do real também pesa sobre a rentabilidade.
Mesmo com demanda global firme, o banco projeta compressão de 1 ponto percentual na margem EBITDA da companhia.
E o agronegócio fora das proteínas?
No agro, a 3tentos (TTEN3) segue como a única ação com recomendação de compra, beneficiada pelo avanço do biodiesel e por margens fortes na moagem. O início da planta de etanol de milho no Mato Grosso também reforça o cenário positivo.
Já a Boa Safra (SOJA3) foi rebaixada para neutra, refletindo margens agrícolas mais apertadas e menor adoção de tecnologia. A SLC Agrícola (SLCE3) também enfrenta limitações com algodão pressionado.
O que o investidor deve fazer agora?
O relatório mostra que nem todo o setor anda junto. Empresas mais diversificadas e com exposição ao frango ganham vantagem, enquanto quem depende mais do ciclo do gado pode sofrer.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que JBS e Marfrig viraram compra?
Porque o Santander vê margens mais protegidas, demanda resiliente e melhor equilíbrio entre oferta e custos.
Por que a Minerva foi rebaixada?
Por expectativa de custos maiores em 2026 e pressão sobre margens com menor oferta de gado.
O setor de proteínas segue atrativo?
Sim, especialmente frango e produtos processados, segundo o banco.
Qual ação do agro segue como favorita?
A 3tentos (TTEN3) continua como única com recomendação de compra no agronegócio.
O ciclo do gado preocupa?
Sim. A recomposição do rebanho pode apertar a oferta e elevar custos no próximo ano.
Essas recomendações valem para curto prazo?
Elas miram principalmente 2025 e 2026, com foco em fundamentos.









