Pesquisa aponta gasto bilionário e risco social crescente
Uma pesquisa do Instituto Favela Diz revelou que sete em cada dez moradores de favelas no Brasil apostam em sites de apostas esportivas, os chamados “bets”. O levantamento mostra ainda que, no último ano, o gasto das comunidades com apostas chegou a R$ 37 bilhões, segundo reportagem do ICL Notícias.
Aposta virou rotina
De acordo com a pesquisa, as apostas online deixaram de ser apenas lazer ocasional para se transformar em hábito diário. Muitos moradores veem nas “bets” uma possibilidade de renda extra em meio ao desemprego e à falta de oportunidades. No entanto, especialistas alertam que esse comportamento aumenta riscos de endividamento e dependência financeira.
Perfil do apostador
Segundo o estudo, a maior parte dos apostadores tem entre 18 e 35 anos. Jovens sem emprego formal e trabalhadores informais são os que mais apostam, muitas vezes utilizando parte significativa da renda mensal. Além disso, o uso intenso de celulares e a facilidade de acesso aos aplicativos impulsionam o fenômeno.
Influência de campanhas e influenciadores
O avanço das apostas em favelas também tem relação direta com a presença de influenciadores digitais e campanhas publicitárias agressivas. Reportagem da Agência Pública mostrou como casas de apostas usam celebridades locais e influenciadores para atrair moradores de comunidades. Isso aumenta a exposição e normaliza a prática.
Risco social e debate político
Embora parte da população veja as “bets” como entretenimento, o impacto social preocupa. Endividamento, problemas de saúde mental e desestruturação familiar já aparecem em relatos de ONGs que atuam em favelas. Por isso, parlamentares e economistas defendem maior regulação do setor. A USP lembra que 15% da população brasileira já apostou em plataformas digitais, mas a incidência é muito maior nas periferias.