Montadora quer elevar produção em 50% e reduzir dependência de importações em meio a cenário tarifário incerto
A Stellantis anunciou um plano de investimento de US$ 13 bilhões nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, com o objetivo de reconquistar participação de mercado e fortalecer sua presença industrial em território americano. A decisão ocorre em meio à pressão de tarifas comerciais e à busca por maior independência produtiva, segundo o InfoMoney.
Expansão da capacidade produtiva e inovação
O projeto prevê aumentar em até 50% a produção anual de veículos em relação aos níveis atuais, além de ampliar a rede de fornecedores e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A estratégia mira o fortalecimento da cadeia automotiva local, reduzindo a dependência de importações — especialmente da Ásia e do México — num momento em que os Estados Unidos reforçam o discurso protecionista.
Segundo a Stellantis, os recursos também serão aplicados em infraestrutura, tecnologia e integração de novos fornecedores americanos, buscando atender às exigências do governo dos EUA por maior conteúdo local nos automóveis produzidos no país.
Mudança de comando e reposicionamento global
A medida é uma das primeiras grandes iniciativas sob a gestão de Antonio Filosa, novo CEO global da montadora. Ele vem conduzindo um processo de reorganização regional, no qual a Stellantis tenta equilibrar investimentos entre Europa, América Latina e América do Norte.
Nos últimos anos, a companhia perdeu espaço para concorrentes diretas como General Motors, Ford e Toyota, especialmente no segmento de veículos elétricos. O novo plano busca recuperar competitividade em um dos mercados mais lucrativos do mundo.
Reação do mercado e desafios à frente
Após o anúncio, as ações da Stellantis subiram cerca de 8% no after-hours da Bolsa de Nova York, refletindo o otimismo dos investidores com o plano de reindustrialização e fortalecimento da marca nos EUA, conforme destacou o InfoMoney.
Ainda assim, o desafio é significativo. O setor automotivo enfrenta custos elevados de produção, forte concorrência doméstica e incertezas regulatórias — especialmente quanto às políticas de incentivos para veículos elétricos. A empresa também terá de lidar com o impacto cambial e com as tensões comerciais entre Washington e Pequim.
Nova fase da Stellantis no mercado americano
Se executado conforme o planejado, o investimento pode redefinir o posicionamento da Stellantis nos Estados Unidos e mitigar os riscos globais de sua operação. Analistas afirmam que a estratégia reflete uma tentativa de blindar a empresa contra choques geopolíticos e atender à crescente demanda por veículos sustentáveis.
O plano reforça o movimento de reindustrialização em curso nos EUA e marca o maior investimento da montadora no país desde a fusão entre Fiat Chrysler e Peugeot-Citroën (PSA), que deu origem à Stellantis em 2021.









