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domingo, dezembro 28, 2025
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TikTok se separa da China e faz acordo histórico nos EUA

Depois de anos de tensão política, ameaças de banimento e negociações travadas, o TikTok finalmente deu um passo concreto para se afastar da ByteDance, sua controladora chinesa. A empresa anunciou a assinatura de acordos vinculantes para criar uma joint venture nos Estados Unidos, com controle majoritário de investidores americanos.

Na prática, é a tentativa mais avançada até agora de blindar o aplicativo das pressões de Washington e garantir sua permanência no maior mercado do mundo.

Mas o acordo levanta uma pergunta incômoda: o TikTok realmente deixa de ser chinês ou só muda a fachada?

O que muda com a nova joint venture do TikTok?

Segundo comunicado interno do CEO Shou Chew, o TikTok firmou acordos com um grupo liderado pela Oracle, além da Silver Lake e da MGX, para criar uma empresa independente nos EUA.

O desenho do negócio prevê:

  • Controle majoritário de investidores americanos
  • Nova entidade jurídica nos Estados Unidos
  • Conselho de administração com 7 membros, maioria americana
  • Autonomia sobre dados, moderação de conteúdo e segurança dos algoritmos

A expectativa é que a transação seja concluída em 22 de janeiro de 2026, embora ainda dependa de aprovações regulatórias — especialmente da China, que até agora não deu sinal verde.

Quem fica com o controle do TikTok nos EUA?

A divisão acionária ajuda a entender por que o debate continua quente.

Pelo acordo:

  • Oracle: 15%
  • Silver Lake: 15%
  • MGX (Abu Dhabi): 15%
  • Investidores ligados à ByteDance: 30,1%
  • ByteDance: 19,9%

Ou seja, a ByteDance reduz participação direta, mas não sai completamente do jogo. E esse detalhe é crucial.

O ponto mais sensível: o algoritmo

O coração do TikTok não são só vídeos curtos. É o algoritmo de recomendação, considerado um dos mais sofisticados do mundo.

Pelo modelo atual:

  • A ByteDance licenciará seu algoritmo de IA para a nova empresa americana
  • O TikTok US usará essa tecnologia como base para treinar um novo sistema
  • Os dados dos usuários americanos ficarão sob custódia da Oracle, parceira de nuvem

Esse arranjo lembra o antigo Project Texas, que acabou rejeitado por autoridades americanas no passado por ser considerado insuficiente para mitigar riscos de segurança nacional.

Por isso, críticos afirmam que o novo acordo não elimina totalmente a influência chinesa, apenas a torna menos visível.

Por que os EUA pressionaram tanto o TikTok?

O pano de fundo é geopolítico.

Autoridades americanas alegam que:

  • O TikTok pode ser usado para coleta de dados de cidadãos dos EUA
  • O algoritmo poderia influenciar narrativas políticas
  • A ligação com a China representa um risco à segurança nacional

Essas preocupações levaram à lei do tipo “vender ou banir”, sancionada ainda no governo Biden, que exigia a separação total entre TikTok US e ByteDance.

Desde que voltou à Casa Branca, Donald Trump prorrogou várias vezes o prazo, agora estendido até janeiro de 2026.

Mercado reagiu rápido

O mercado leu o acordo como positivo, ao menos no curto prazo.

As ações da Oracle subiram mais de 5% nas negociações iniciais após o anúncio, refletindo a expectativa de:

  • Fortalecimento da empresa como guardiã de dados
  • Expansão de contratos em nuvem
  • Maior protagonismo em tecnologia e segurança

Enquanto isso, o TikTok segue operando normalmente nos EUA, crescendo em áreas como:

  • E-commerce
  • Lives de vendas
  • Parcerias com gigantes como a Amazon

A China vai aceitar?

Esse é o grande ponto de interrogação.

O governo chinês ainda não confirmou se aprovará o acordo. Como o algoritmo é considerado um ativo estratégico, Pequim já barrou no passado tentativas de venda total.

Se a China vetar, o acordo pode:

  • Ser renegociado
  • Enfrentar batalhas judiciais
  • Ou reacender o risco de banimento

O que isso significa na prática?

O acordo reduz o risco imediato de banimento, mas não elimina todas as tensões. Ele sinaliza um meio-termo: os EUA ganham mais controle, e o TikTok continua operando.

Aqui no Brasilvest, o movimento é visto como um marco na disputa entre tecnologia, geopolítica e regulação, mostrando como grandes plataformas precisam se adaptar para sobreviver em ambientes políticos hostis.

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Perguntas Frequentes (FAQs)

O TikTok vai deixar de ser da ByteDance?

Não totalmente. A ByteDance reduz participação, mas ainda mantém uma fatia relevante.

Quem controla a nova empresa nos EUA?

Investidores americanos terão controle majoritário da joint venture.

O algoritmo do TikTok muda?

A ByteDance licenciará a tecnologia, que servirá de base para um novo sistema nos EUA.

O acordo já está valendo?

Ainda não. A conclusão está prevista para janeiro de 2026.

A China pode barrar o acordo?

Sim. A aprovação chinesa ainda é uma incógnita.

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