Presidente dos EUA eleva tensão comercial e coloca em dúvida encontro com Xi Jinping
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a tensionar as relações com a China ao afirmar que pretende aplicar um “aumento massivo de tarifas” sobre produtos chineses importados para os EUA. A declaração foi feita nesta sexta-feira (10) na plataforma Truth Social, em resposta aos novos controles de exportação que Pequim planeja adotar sobre terras raras, insumos essenciais para tecnologia e indústria pesada, segundo a InfoMoney.
Trump alegou que o governo chinês estaria comunicando a outros países a intenção de restringir as exportações de materiais críticos, o que, segundo ele, exigiria uma reação imediata de Washington. O republicano afirmou ainda que poderá cancelar o próximo encontro com o presidente chinês Xi Jinping, reforçando o tom de confronto diplomático e econômico.
Reação imediata de Pequim
Autoridades chinesas responderam com dureza às declarações americanas. O Ministério do Comércio da China classificou as ameaças como “chantagem econômica” e afirmou que “tarifas adicionais impostas pelos EUA se tornarão uma piada”, conforme noticiou a InfoMoney.
O governo chinês também reiterou que não pretende ceder às pressões de Washington e que disputas comerciais devem ser resolvidas via diálogo e cooperação, e não por imposições unilaterais. Analistas ouvidos pela InfoMoney destacam que o endurecimento do discurso é uma tentativa de preservar imagem interna e evitar desgaste político para Xi.
Escalada da guerra comercial
A ameaça de novas tarifas reacende temores de uma escalada na guerra comercial iniciada ainda em 2018. Naquela época, os EUA elevaram tarifas sobre produtos chineses em até 100%, movimento que provocou retaliações imediatas de Pequim. O episódio gerou desaceleração global e rearranjos nas cadeias de suprimentos, conforme relembra a InfoMoney.
Agora, com Trump novamente na Casa Branca e prometendo “proteger empregos americanos a qualquer custo”, o mercado teme que o confronto volte a atingir setores sensíveis, como tecnologia, semicondutores e automóveis.
Efeitos globais e risco para emergentes
Economistas apontam que uma nova rodada de tarifas pode afetar toda a cadeia industrial mundial, elevando custos de produção e pressionando preços. Companhias que dependem de insumos chineses — especialmente de metais e componentes eletrônicos — devem enfrentar gargalos logísticos e margens menores.
Além disso, o aumento da tensão sino-americana tende a gerar aversão ao risco, o que pode impactar mercados emergentes e provocar fuga de capitais. Analistas avaliam que, se o conflito se ampliar, commodities metálicas e agrícolas podem oscilar com força nas próximas semanas.