Declarações de Washington aumentam tensão diplomática e afetam mercados globais nesta terça-feira
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endurecer o tom contra a China, elevando o risco de uma nova guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Segundo reportagem do G1, o republicano defendeu novas tarifas sobre produtos chineses e afirmou que Pequim “precisa pagar pelo que fez com os EUA”.
As declarações, dadas em um comício na Flórida, repercutiram imediatamente nas bolsas internacionais, que abriram o dia em movimento de cautela. O dólar ganhou força globalmente nas primeiras horas do pregão, e investidores reavaliaram posições em países emergentes, como o Brasil.
Tensão comercial reacende temor global
O novo discurso revive o clima de disputa que marcou a política comercial entre Washington e Pequim durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021. Na ocasião, os Estados Unidos impuseram tarifas bilionárias sobre produtos chineses, desencadeando uma série de retaliações e incertezas sobre cadeias de suprimentos globais.
Agora, com a ameaça de novas barreiras, o cenário volta a pressionar exportadores e multinacionais que dependem da integração produtiva com a China. Segundo analistas consultados pela Reuters, o efeito imediato é a migração de investidores para ativos considerados mais seguros, como dólar, ouro e títulos do Tesouro americano.
Reação de Pequim e impacto no Brasil
Em resposta, o governo chinês afirmou que “não tem medo de uma guerra tarifária” e que tomará “todas as medidas necessárias” para proteger sua economia. O posicionamento foi publicado pela agência estatal Xinhua, indicando que Pequim pretende adotar uma postura firme nas próximas rodadas de negociação.
O Brasil, como parceiro relevante nas exportações de soja, minério e petróleo, pode sentir reflexos caso o impasse se prolongue. O economista Roberto Dumas, ouvido pela Bloomberg, avalia que a incerteza global tende a provocar volatilidade no câmbio e nas commodities.
O que esperar nos próximos dias
Os mercados devem continuar reagindo às declarações de Trump e ao tom de resposta da China. Investidores aguardam novos sinais da Casa Branca e eventuais comunicados de autoridades do Federal Reserve, que podem influenciar o comportamento do dólar.
Especialistas também alertam que o episódio pode antecipar o tom da política externa americana para o próximo ciclo eleitoral, reacendendo velhos debates sobre nacionalismo econômico e protecionismo comercial.









