Com a perspectiva de juros mais baixos, muitos brasileiros voltam a considerar o financiamento imobiliário como alternativa para sair do aluguel.
A queda da taxa Selic reacendeu o interesse pelo financiamento imobiliário no Brasil. Segundo a Caixa Econômica Federal, houve aumento de 12% na busca por simulações de crédito habitacional nos últimos dois meses, refletindo a expectativa de que os juros continuem caindo ao longo de 2025. Mas será que este é o melhor momento para financiar um imóvel?
Com a Selic atualmente em 10,25% ao ano e projeções de nova redução pelo Banco Central, os bancos já começaram a ajustar suas taxas. Instituições como Itaú e Santander anunciaram reduções nos juros para crédito imobiliário, com ofertas a partir de 9,49% ao ano, segundo levantamento do Valor Econômico.
“Financiar agora pode ser vantajoso para quem tem perfil mais conservador e quer sair do aluguel, especialmente em cidades onde os valores de locação subiram mais que os preços de venda”, afirma a economista Patrícia Palermo, em entrevista ao G1. Por outro lado, ela alerta que a decisão deve considerar não só os juros, mas a estabilidade da renda e o valor total da dívida ao longo dos anos.
Especialistas recomendam atenção ao Custo Efetivo Total (CET), que inclui tarifas, seguros obrigatórios e encargos. Em muitos casos, esses custos encarecem significativamente o valor final do imóvel — e podem fazer com que um financiamento a longo prazo se torne mais caro do que o previsto inicialmente.
Outro ponto crucial é o sistema de amortização. O SAC (Sistema de Amortização Constante) reduz o valor das parcelas ao longo do tempo, enquanto o sistema Price mantém parcelas fixas, mas cobra mais juros no início. Entender essas modalidades é essencial para escolher o melhor plano para o seu orçamento.
Por fim, quem já tem dinheiro guardado pode considerar um valor de entrada mais alto para reduzir o tempo do financiamento. “Dar uma entrada robusta e fazer um financiamento de menor prazo pode representar uma economia de milhares de reais”, ressalta Ana Carla Abrão, economista do BTG Pactual, à Folha.
O cenário pode ser favorável, mas o financiamento imobiliário continua sendo uma decisão de longo prazo — que exige planejamento, cautela e uma análise sincera da própria capacidade financeira.