A Vale (VALE3) chega ao Dia do Investidor com um desempenho que chama atenção: 34% de valorização em 2025, consolidando-se como um dos destaques do ano na Bolsa. O evento desta terça-feira (02) promete trazer detalhes sobre produção, alocação de capital e projeções para 2026 — mas mesmo antes das novidades, bancos como JPMorgan e Bradesco BBI já revisaram suas estimativas, reforçando a tese de valorização da mineradora.
Os ajustes consideram tanto os resultados do 3º trimestre quanto a atualização dos preços das commodities no mercado global.
JPMorgan segue otimista — mesmo reduzindo o preço-alvo
O JPMorgan atualizou seu modelo para a Vale levando em conta as perspectivas para cobre, níquel e subprodutos, mantendo a previsão de US$ 95 por tonelada para o minério de ferro em 2026.
A revisão mais relevante veio no preço do cobre, que teve a estimativa elevada de US$ 11.238/t para US$ 12.075/t, puxada por:
- Interrupções de oferta, que estão apertando o mercado global
- Menor capacidade da China de aguardar preços mais baixos
- Demanda estrutural crescente, impulsionada por energia e transição verde
Por outro lado, o banco reduziu a projeção para o níquel, de US$ 16.050/t para US$ 15.300/t, diante de um excedente de oferta que deve persistir até 2026, mesmo com leve redução no estoque global.
O banco também mantém projeção positiva para os subprodutos da Vale, com o ouro estimado em US$ 4.753/t.
Projeções para Ebitda, fluxo de caixa e preço-alvo
O JPMorgan prevê um Ebitda de US$ 15,7 bilhões para 2025 e US$ 16,7 bilhões para 2026. Os yields de fluxo de caixa livre (FCF) são estimados em:
- 11,8% em 2025
- 7,7% em 2026
O preço-alvo foi ligeiramente ajustado: de R$ 89 para R$ 86 ao fim de 2026. Ainda assim, a recomendação segue como overweight (equivalente à compra).
Segundo o banco, a Vale está se posicionando de forma estratégica com a melhora do seu mix de produtos, o que deve:
- Sustentar margens mais fortes
- Melhorar a previsibilidade dos preços realizados
- Reduzir o desconto em relação às mineradoras australianas
Hoje, a Vale negocia a 4,2x EV/Ebitda, enquanto pares da Austrália negociam a 6,3x, reforçando o potencial de destravamento de valor.
Bradesco BBI também mantém compra e destaca preços do minério
O Bradesco BBI segue otimista com a Vale (VALE3), reiterando preferência dentro do setor de mineração. Para o banco, as demais siderúrgicas — como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) — seguem com recomendação neutra.
O BBI destaca ainda:
- O minério de ferro subiu US$ 1/t na última semana, chegando a US$ 107/t
- Gargalos emergentes na infraestrutura do projeto Simandou também sustentam os preços
- A China deve ampliar estímulos econômicos em dezembro, o que beneficia siderurgia e mineração
Por que o Vale Day é tão importante?
O encontro anual deve detalhar:
- Novas metas de produção
- Custos e eficiência operacional
- Políticas de dividendos
- Estratégias para expansão em cobre e metais básicos
- Perspectivas sobre demanda global
Com o setor de commodities vivendo um momento de reprecificação global, o Vale Day se torna um dos eventos mais esperados pelos investidores.
Conclusão: Vale entra no fim de 2025 com força — e 2026 pode ser ainda melhor
Com valorização expressiva no ano, projeções revisadas para cima (especialmente no cobre) e recomendação de compra por grandes bancos, a Vale (VALE3) chega ao Dia do Investidor com o sentimento de mercado amplamente otimista.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que a Vale subiu 34% em 2025?
A combinação de minério valorizado, operação eficiente e expectativa positiva para commodities impulsionou a ação ao longo do ano.
O JPMorgan continua recomendando compra?
Sim. Mesmo com preço-alvo reduzido para R$ 86, o banco mantém recomendação overweight para VALE3.
Por que o preço do cobre foi revisado para cima?
Por causa de interrupções na oferta global e demanda estrutural crescente, especialmente da China.
A previsão para o níquel caiu por quê?
O mercado segue superabastecido, com excedente persistente até 2026.
Quanto a Vale deve gerar de Ebitda em 2026?
O JPMorgan projeta cerca de US$ 16,7 bilhões para o próximo ano.
O setor de mineração continua barato?
Sim. A Vale negocia a múltiplos bem abaixo dos pares australianos, reforçando potencial de valorização.









