Setor de chips puxa índices americanos, enquanto investidores reagem às declarações de Powell e a balanços corporativos

As bolsas de Nova York abriram em alta nesta quarta-feira (15), sustentadas pelo desempenho positivo de grandes empresas de tecnologia e pela melhora no sentimento global de risco. O avanço reflete a reação do mercado às falas recentes do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizou paciência antes de novos ajustes monetários, e a resultados corporativos acima das expectativas, segundo a Reuters.

Por volta das 10h40 (horário de Brasília), o Dow Jones subia 0,38%, o S&P 500 avançava 0,44%, e o Nasdaq Composite ganhava 0,51%, revertendo parte das quedas recentes do setor de tecnologia. O movimento reforça o apetite por risco dos investidores, após dias de volatilidade causados pelas incertezas entre Estados Unidos e China.

Setor de chips e balanços corporativos animam o mercado

O desempenho de ASML, fabricante europeia de semicondutores, impulsionou o segmento de tecnologia após a companhia divulgar resultados trimestrais acima do esperado. As ações de gigantes como Nvidia, AMD e Intel seguiram o mesmo caminho, elevando o sentimento positivo entre investidores e fortalecendo o Nasdaq, que vinha pressionado nos últimos pregões.

Além disso, o início da temporada de balanços nos Estados Unidos trouxe surpresas favoráveis no setor financeiro, com bancos como JPMorgan e Wells Fargo reportando lucros acima das previsões. Essa combinação ajudou a reduzir a percepção de risco de curto prazo e reforçou o viés positivo nos principais índices.

Fala de Powell sustenta expectativa de cortes de juros

O tom mais moderado do discurso de Jerome Powell também contribui para o avanço dos mercados. O dirigente do Fed destacou que a política monetária atual “segue restritiva” e que novas decisões dependerão dos próximos indicadores de inflação.

Para analistas ouvidos pela Reuters, a sinalização fortalece a perspectiva de cortes de juros em 2025, o que tende a beneficiar ativos de risco e reduzir a atratividade dos títulos do Tesouro americano.

Cautela segue no radar dos investidores

Apesar do otimismo, operadores alertam que o ambiente global continua sensível a novos desdobramentos da disputa comercial entre EUA e China e às divulgações de dados de preços ao consumidor. A próxima leitura da inflação americana, marcada para 24 de outubro, deve orientar as apostas sobre o ritmo de corte de juros e influenciar diretamente o comportamento das bolsas.

A abertura positiva desta quarta sinaliza uma retomada de confiança, mas o consenso é que o mercado seguirá alternando ganhos e correções até que o Federal Reserve apresente uma direção mais clara para a política monetária.