Índices recuam após balanços mistos e tombo da Netflix, enquanto riscos comerciais voltam ao radar
As bolsas de Wall Street encerraram a quarta-feira (22) no vermelho. O S&P 500 caiu 0,53%, o Dow Jones recuou 0,71% e o Nasdaq perdeu 0,93%, em sessão marcada por resultados corporativos díspares e renovadas preocupações com o comércio global, segundo a Reuters. Além disso, investidores reagiram à queda expressiva das ações da Netflix, que ampliou a pressão sobre o setor de tecnologia ao longo do dia, como destacou a Reuters.
Tecnologia puxa as perdas, com Netflix no centro das atenções
A temporada de balanços seguiu no foco. Contudo, o protagonismo ficou com a Netflix (NFLX), que decepcionou o mercado após reportar números afetados por um litígio tributário no Brasil. Assim, as ações da empresa caíram forte e contaminaram outros nomes de tecnologia ao longo da sessão. Enquanto isso, papéis de comunicação e consumo discricionário também cederam, refletindo postura mais defensiva dos gestores.
Ainda assim, alguns segmentos mostraram resiliência. Energia e saúde limitaram parte das perdas, apoiados por movimentações setoriais específicas e busca por qualidade. Mesmo assim, o quadro final permaneceu negativo, com amplitude de baixa mais visível no Nasdaq, de perfil mais sensível a mudanças de expectativa de crescimento.
Tensões comerciais voltam ao radar e elevam a aversão ao risco
No campo macro, renovadas tensões comerciais entre EUA e China reacenderam cautela. Conforme a Reuters, receios sobre novas restrições e retaliações afetaram o sentimento de risco global. Portanto, investidores reduziram exposição a ativos mais sensíveis ao ciclo, o que ampliou a pressão sobre tecnologia e semicondutores.
Além disso, o noticiário corporativo misto reforçou a disputa entre lucros ainda robustos e sinais de desaceleração setorial. Dessa forma, o mercado ajustou posições, privilegiando companhias com balanços mais previsíveis e menor volatilidade de resultados.
Juros, Treasuries e leitura de risco no fechamento
As taxas dos Treasuries oscilaram ao longo do dia, acompanhando a rotação setorial e os balanços. Ainda assim, o movimento de fim de pregão refletiu busca por proteção moderada, em linha com a queda dos principais índices, de acordo com o panorama da Reuters. Consequentemente, o prêmio de risco de ações permaneceu sob escrutínio, já que lucros futuros podem ser descontados a taxas ainda elevadas por mais tempo.
Enquanto isso, o dólar manteve comportamento atento ao noticiário, com investidores calibrando apostas para os próximos dados de inflação e atividade. Portanto, qualquer surpresa relevante nos indicadores pode reprecificar expectativas de política monetária nas próximas semanas.
O que observar a seguir
Para os próximos pregões, o foco segue em temporada de resultados e dados macro nos EUA. Além disso, novas sinalizações sobre a relação comercial com a China podem aumentar a volatilidade de curto prazo, especialmente em tecnologia e cadeias globais de valor. Assim, gestores tendem a preservar seletividade, priorizando qualidade de lucros, geração de caixa e menor alavancagem.
Por fim, o mercado continuará testando a sustentabilidade do ciclo de ganhos de 2025. Caso os balanços confirmem margens estáveis e guidance conservador, o apetite por risco pode melhorar. Contudo, surpresas negativas — como no caso da Netflix — tendem a provocar correções pontuais, com impacto maior nos índices de perfil growth.









