O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou que os Estados Unidos apresentaram uma proposta para retomar negociações diretas com a Rússia após seis meses de paralisação. O movimento reacende expectativas diplomáticas, mas ocorre em meio a intensificação dos combates e a um discurso duro do Kremlin.
O anúncio foi feito enquanto diplomatas se reúnem em Miami para tentar relançar conversas sobre o fim da guerra, que já se arrasta há quase quatro anos.
O que os EUA propuseram para destravar as negociações?
Segundo Zelensky, Washington sugeriu um formato trilateral, reunindo Ucrânia, Rússia e Estados Unidos, com possível participação de representantes europeus. Para o líder ucraniano, uma reunião conjunta seria “lógica” diante da complexidade do conflito.
O plano americano foi apresentado inicialmente há mais de um mês e passou por revisões após consultas com Kiev. Embora os detalhes não tenham sido divulgados, Zelensky afirmou que o texto inclui concessões territoriais por parte da Ucrânia em troca de garantias de segurança oferecidas pelo Ocidente.
Quem participa das conversas em Miami?
A rodada ganhou peso político com a confirmação de que Kirill Dmitriev, enviado russo, viajou para Miami, onde já estão diplomatas ucranianos e europeus. A mediação americana envolve o enviado especial Steve Witkoff e Jared Kushner, ligado ao presidente Donald Trump.
Também participaram encontros com representantes da França, Reino Unido e Alemanha, ampliando o alcance das negociações. Moscou, no entanto, critica a presença europeia, alegando que ela dificulta um acordo.
Por que Zelensky cobra mais pressão sobre Moscou?
Zelensky afirmou que apenas Washington tem capacidade real de convencer o Kremlin a encerrar a guerra. Para ele, se a via diplomática falhar, os EUA precisam deixar claro que haverá “pressão total” sobre o governo russo.
A avaliação do líder ucraniano é que negociações sem instrumentos de pressão tendem a se arrastar, enquanto o conflito segue cobrando alto custo humano e territorial.
Putin aceita negociar, mas promete seguir atacando?
Na prática, não houve trégua. O presidente russo Vladimir Putin afirmou que o fim da guerra depende de Kiev e de seus aliados ocidentais, dizendo que “a bola está no campo dos rivais”.
Apesar da retomada do diálogo, Putin prometeu manter a ofensiva militar e destacou avanços recentes no campo de batalha.
Como está a situação militar agora?
Atualmente, forças russas controlam cerca de 19% do território ucraniano. Nos últimos dias, Moscou anunciou a tomada de vilarejos nas regiões de Sumi e Donetsk.
No mesmo período:
- Um bombardeio russo em Odessa deixou ao menos oito mortos
- A Ucrânia afirmou ter destruído dois aviões de combate russos na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014
Ou seja, a diplomacia avança, mas a guerra não desacelera.
Os EUA podem impor um acordo?
Não. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, foi direto ao afirmar que Washington não pode forçar nenhuma das partes. Para ele, tanto Ucrânia quanto Rússia precisam querer chegar a um acordo.
Essa declaração reforça que, mesmo com mediação, o processo segue frágil e incerto.
Conclusão: diálogo aberto, conflito longe do fim
A proposta dos EUA marca a tentativa mais concreta dos últimos meses de reabrir o caminho diplomático. No entanto, a postura de Moscou e a continuidade dos ataques indicam que o fim da guerra ainda não está próximo.
Enquanto conversas avançam em salas fechadas, o conflito segue moldando a geopolítica global e os mercados. Para acompanhar os desdobramentos internacionais que impactam economia, investimentos e poder global, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
O que os EUA propuseram exatamente?
Um formato trilateral de negociações entre Ucrânia, Rússia e Estados Unidos, com possível participação europeia.
A Ucrânia aceitaria concessões territoriais?
Segundo Zelensky, o plano prevê concessões em troca de garantias de segurança ocidentais, mas detalhes não foram revelados.
Putin aceitou interromper os ataques?
Não. O presidente russo afirmou que a ofensiva militar continuará.
Onde estão acontecendo as negociações?
Em Miami, com representantes dos EUA, Ucrânia, Rússia e países europeus.
O conflito pode acabar em breve?
Ainda é incerto. Apesar do diálogo, os combates seguem intensos.









